Toca do Juban Albino™

...e dos Exploradores da Dragon Cave

Diário de Campanha: O Espetáculo chega ao fim!

Published by Cássia under , on 22:17
Hey, aventureiros!

Sim, novamente eu, Alexandra. Estamos com alguns trabalhos não-concluídos, e com mudanças para a Toca em breve, por isso a equipe esteve ausente essa semana. Uma das mudanças, é uma agenda de publicações... e tenho o prazer imenso de dizer que o domingo foi reservado para post do Diário de Campanha. Então, quem está acompanhando a saga, já sabe o dia que tem capítulo novo.

O que mais vem por aí? Aham, claro... até parece que vou estragar a surpresa... ou me arriscar a deixar o juban irritado. Gosto de uma boa luta, mas não quero perder uma boa amizade.

Fora isso, ainda estamos esperando opiniões sobre o que vocês querem ver por aqui. Mais dicas para cenários? Mais classes? Mais raças? O que???? Sem ouvir a voz de vocês, eu vou ficar só servindo e bebendo rum! Ou então vou caçar alguns bandidos que devem estar invadindo vilarejos indefesos.

Bem, espero mais comentários. Agora, boa leitura, com mais um trecho da aventura do Rubio e da Nina... Acho que eu gostava de ler mais do que imaginava, mas ainda prefiro uma boa briga.

Alexandra, a Guerreira Ruiva.



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«!» Depois de um banho, tomado ainda no quintal para eliminar todo o sangue que tinha pelo corpo, Nina e Rubio comem um ensopado que estava preparado na cozinha, e Nina servira Ruth, a mãe da pequena Evelyn. A mulher estava muito cansada, e então Rubio preferia esperar o dia seguinte para questioná-la. 
«!» A noite transcorre sem grandes ocorrências. Rubio dormira no chão, sentado apoiado em uma parede, vigiando o sono de Nina. A pequena tinha o sono inquieto, o ronco de Rubio, somado ao choro de Evelyn e a excitação do dia refletindo em seus pensamentos. Por Talaran, ela tinha feito um parto! E tudo transcorreu bem. Era incrível, mas era verdade. Talvez fosse aquilo que a deusa reservara para ela, e por isso ela precisava viajar.
«!» Enfim, o dia amanhecia. Hora de um desjejum, e Ruth já estava de pé na cozinha, e Evelyn em um pequeno cesto próximo a mesa.

<Nina> Nina acordou preguiçosamente. Finalmente ela tinha feito algo de útil, algo de bom naquele lugar. Ela acordara feliz. Dane-se que o Rubio roncava, ou a criança chorava. Ela mesma cuidou da criança, tentando poupar a nova mamãe. Ela acordou, descabelada, com olheiras, mas nitidamente feliz.

<Ruth> --Bom dia, Nina. Estou preparando um desjejum. Espero que goste de café. É um costume nosso começar o dia com uma boa caneca quente de café!--  Falava assim que percebera que Nina abrira os olhos, terminando de servir várias guloseimas a mesa, além de dois patos assados, um aparentemente mal passado.. --Você é realmente como o anjo que descreviam meus avós.

<Nina> - ...A-ah... Obrigada! E-eu... nunca experimentei isso...
<Nina> Bem, tudo podia dar certo, né? Finalmente, a vida dela poderia engrenar. Aquilo realmente fez um bem danado pra ela. Bocejou, um pouco sem graça, e se aproximou.
<Nina> - ...O-obrigada... N-não foi nada, agradeça a Talaran, e aos livros que me ajudaram nisso...
<Nina> Disse, corando sem graça.

<Ruth> --Como suas roupas estavam muito úmidas ainda, eu as coloquei aqui, próxima ao fogo, para secar mais rápido.-- Falava servindo uma caneca de café para Nina, que logo reconheceu a bebida do desjejum anterior, na taverna. O aroma desta, porém, parecia mais agradável, levemente adocicado. --Esse seu amigo, não pode ser uma fera bestial, como eu ouvi. Mas eu nunca tinha visto um homem-leão na minha vida, e como só ouvi falar da fera, achei que fosse ele.-- Ela parecia nitidamente sem graça pela confusão.

«!» Nina percebe suas roupas mais limpas do que as deixara na noite anterior. Provavelmente Ruth as tinha lavado.

<Nina> Nina sorriu sem graça, quando viu-a falar sobre aquilo.
<Nina> - ...Eu também fiquei com um pouco de medo na hora. Mas ele é boa pessoa...
<Nina> Ela deu uma risadinha, gentilmente.

<Rubio> Um odor estranho invadia minhas narinas e logo o estômago roncava indicando fome. O odor era familiar e enjoativo, mas logo com ele sentia o cheiro de outras coisas que se misturavam no ar conforme ia despertando com uma espreguiçada e um rugido bocejante. Ao abrir os olhos o que via era estranho mas reconhecido: a casa da torteira que haviam ajudado a ter um filho. --Hmmm... Estava precisando de uma boa noite de sono mas agora, preciso de algo para calá-lo.-- Dizia dando tapas leves na barriga ao ver a mulher junto à Nina na cozinha.

<Ruth> Tomava um leve susto com o bocejo, mas logo olhava mais tranquila para Rubio. --Oh. Bom dia, ahn.. Rubio, não é? Bem, não sei se gosta de café, mas eu tenho pães, queijos, frutas, tortas, e pato assado. Desculpem, mas este acho que ainda está mal passado. Mas eu não esperava companhia para as refeições... Então dei uma improvisada.-- Falava ligeiramente sem graça, e sem encarar muito o juban.

<Nina> - ...Já fez muito por nós, não se preocupe.
<Nina> Disse num sorriso meigo. Realmente, tinha mesmo. Deu à Nina um novo fôlego, além de um abrigo, e agora comida...

<Ruth> --Não, é o mínimo que posso fazer. Você me salvou, e à minha pequenina.-- Falava claramente agradecida.

<Rubio> --Ah, sim, sim. Rubio.-- Dizia um pouco desajeitado. --Café ? Não conheço algo com este nome mas o cheiro não me é estranho. Adorarei comer alguns pães e frutas. Talvez uma torta de amora e este pato mal-passado.-- E então já ia sentando-me à mesa e me servindo.

 «!» O juban prepara-se para se sentar, mas assim que começa a soltar seu peso, percebe que a cadeira não aguenta, e decide sentar no chão.

<Nina> - ...E-eu não fiz nada... F-foi só Talaran, usando as minhas mãos ainda inexperientes como as suas.
<Nina> Ela sorriu, meiga. Enquanto se servia de um pãozinho e frutas. Além de uma das tortas de amora, apesar de não comer muito. Era bem pouco de comer a menina.

<Rubio> --Bem, se eu tivesse mais tempo, faria umas cadeiras mais fortes. Se tivesse sentado nesta certamente estaria estabacado no chão e te devendo a cadeira.-- Falava entre uma bocada e outra, variando entre as opções.

<Ruth> --Bem, nunca pensei receber alguém tão... grande em minha casa. Mas pedirei ao meu marido para providenciar algumas. Afinal, espero que vocês venham aqui sempre que passarem pela cidade, para visitar a Evelyn.-- Sorria para a bebezinha que dormia no cesto.

<Nina> - ...É claro. Se passarmos aqui novamente, venho visitar sim.
<Nina> Sorriu meiga e sem graça. Era até estranho aquilo. Ela nunca esperava que isso acontecesse...

<Rubio> --Aham... Por mim tudo bem.-- Respondia de boca cheia, forçando um pedaço de torta a descer com um gole de água. --Caso precise de nós para algo, tente entrar em contato conosco. Não é difícil saber quando estou passando em algum lugar. Logo acham que estou levando caos e desordem... mas eu ignoro estes imbecis e continuo no que estou fazendo.

<Ruth> O sorriso se alargava no rosto. --Que bom! Bem, se não me engano, tudo isso aconteceu porque você queria informações, não é, Rubio? Bem, o que quer saber exatamente?--

<Nina> Nina comia, quietamente, agora deixando a moça conversar com Rubio.

<Rubio> Dava uma pigarreada para desengasgar e por um instante parava de comer para responder a mulher. --Bem, quando Nina foi até a barraca para comprar tortas, ela voltou falando algo sobre eu já ter vindo à cidade e sobre um espetáculo. Recentemente eu ouvi falar sobre um membro de minha raça que era mantido como uma atração selvagem.-- Dava uma breve parada para retomar o fôlego e prosseguir. --O que pode me dizer sobre isso ?

<Ruth> --Apenas o que eu disse a Nina. Não cheguei a assistir o tal "espetáculo", que pela descrição de um viajante que passou na minha barraca se tratava mais de uma barbárie do que de uma apresentação, em minha opinião. Ele falava de um homem-leão, que abria um javali com as próprias garras, e o devorava ali mesmo. Não entendo como alguém pode achar isso algo divertido. É o mesmo tipo de gente que acha divertido assistir as execuções de criminosos, tenho certeza. Ele não era a única atração, era como um show de horrores, se me entendem, com as maiores aberrações que se possa imaginar. Olhando para você agora, acho que ele talvez fosse o mais "normal", já que está me dizendo que esta é sua raça. Mas o circo foi abandonado, depois que um tratador foi brutalmente atacado pela própria fera.-- Falava enquanto se sentava, e comia um pouco de queijo e pão, além de uma grande caneca do tal café. Tentava não demonstrar o repúdio que tinha de tais atos que ela descrevia, mas era evidente seu desconforto em falar sobre aquilo.

<Nina> Nina suspirava. Que coisa horrível. Como alguém podia fazer isso com um animal? Isso era estranho. O pior, era que ela estava falando que era... uma pessoa parecida com Rubio. O que fez ela se assustar muito. Era... a pessoa da sua raça?

<Rubio> --O tal circo. Onde fica ? A fera ainda está lá ?-- O que a mulher falava era basicamente o que eu havia escutado nos boatos. Um juban totalmente selvagem usado para divertir humanos e outras raças. Algo inaceitável. --Se tiver quaisquer informações sobre esta 'fera', peço que me diga.

<Ruth> --Bem, o circo fica a quase meio dia de viagem daqui. Não sei te dizer se a fera ainda está lá, mas sei que muita aberrações foram abandonadas em suas jaulas, talvez por não conseguirem mais domá-las. E isso é tudo o que eu sei.-- Ficava ligeiramente aflita com a expressão no rosto de Rubio. Por mais que tentasse se acostumar, a imagem de um leão falante em sua casa ainda lhe gerava estranheza.

<Rubio> --Não parece tão longe, pode ser que consigamos ir até lá e fazer sua entrega à tempo, Nina. O que acha ?-- Questionava a garota tentando conter os ânimos para não assustar a mulher ou o bebê.

<Nina> - ...P-pode ser...  P-podemos fazer sim...
<Nina> Nina suspirou, enquanto viu ele ficar tenso. Ela pareceu um pouco com medo. Ok, Rubio era gentil, mas nunca o vira realmente com raiva. Aquilo poderia significar muita coisa.

«!» O desjejum terminava, e logo Ruth se despedia dos dois, garantindo a Nina que uma irmã iria logo a casa dela, para ajudá-la com os afazeres da pequena chácara. Deu aos dois duas tortas de yatro, como forma de agradecimento por tudo. O dia não estava tão quente, várias nuvens encobriam o sol. Ruth também presenteara Rubio com um odre, já meio gasto, mas que ela julgara útil para o mesmo. a estrada continuava como antes, algumas chácaras espaçadas entre si, com uma pequena barraca de produtos caseiros, fossem alimentos ou artesanatos. Haviam ainda alguns cartazes, já desgastados, sobre o tal circo pelo caminho.
«!» As horas passam, e a estrada vai ficando mais deserta. Já não há casas, ou chácaras, mas havia os vestígios de que houve um grande movimento por ali. A estrada e a grama a sua volta, estavam mais gastas, e algumas barracas, deterioradas, encontram-se abandonadas por ali.

<Nina> Nina suspirava, enquanto andava naquela direção. Bom, pelo menos, tinham feito uma boa ação, e ela sentia seu coração aquecido, ao menos. Tinha salvo uma vida, afinal. Ela não se importava em desviar do caminho com Rubio, principalmente considerando o fato que ela sozinha iria se matar. E também, era mais uma boa ação aquilo... 
<Nina> Começava novamente a ficar um pouco cansada. Os pés cansavam rápido, ela tinha bebido alguns pouquinhos goles d'água, e sentia os pés cansados. Mas dessa vez, não pediu ajuda a Rubio. Claro, ele aceitaria provavelmente, mas Nina mesmo não queria...

<Rubio> Caminhava quieto, esperançoso de chegar ao lugar e conseguir encontrar a tal 'fera'. Um membro de minha raça, mesmo que não o conhecesse, era um Juban e não deveria estar acontecendo algo vergonhoso assim com ele. Notava então a expressão cansada de Nina, provavelmente a caminhada já começava a fazer efeito nela mas via que ela estava se esforçando para prosseguir. --Que tal aproveitarmos a caminhada para treinar ?

<Nina> - ...Treinar...??
<Nina> Nina pareceu confusa, por um segundo, enquanto via a pergunta dele.

<Rubio> --Sim, treinar. Vai precisar de treino para garantir sua sobrevivência e melhorar suas habilidades.-- Dizia agora olhando para ela, que tinha a expressão curiosa e confusa. --Enquanto te carreguei perguntei de suas asas, porque não voava e me disse que algumas coisas impediam isso. Agora que estamos em campo aberto, que tal começar a tentar aprender ? Pode ser muito útil.

<Nina> - ...Treinar meu vôo...
<Nina> Ela repetiu, um pouco confusa. Céus. Bem, quase literalmente. Ela não voava há muitos anos. Ela suspirou, enquanto tentou bater as asas. E tentar sair do chão.

<Rubio> --Bem, achei que treinar isso poderia ser uma boa ideia. Parece que não...-- Dizia desajeitado, voltando a focar-se na caminhada. --Esqueça o que disse então e desculpe se falei algo que não devia.

«!» As asas levantam a uma fina nuvem de poeira, mas a levent continuava com os pés no chão.

<Nina> - ... N-não, n-não é nada... E-eu... E-eu tenho que aprender mesmo...
<Nina> Disse numa voz sem graça. Então tentou pegar impulso, correr um pouco e tentar voar dessa vez, com as asas batendo.

«!» Ainda que um tanto desengonçada, voar parecia algo natural. Talvez mais natural que andar. Alguns minutos depois de levantar voo, Nina parecia quase um pássaro, em seu primeiro voo, apesar de ainda se manter próxima ao chão.

<Rubio> --Haha, está conseguindo. Bem, ao menos saiu do chão.-- Dizia ao olhar a garota se esforçando para decolar e tendo algum sucesso.

<Nina> Nina ainda parecia com um pouco de medo, manobrando muito mal. Ela tentava se mover com uma expressão confusa, ainda um pouco assustada. Mas ela estava feliz com aquilo.
<Nina> - ...Isso é... estranho demais...
<Nina> Ela não conteve um risinho sem graça.

<Rubio> --Estranho ou não, é sua natureza. Tem asas para voar, estranho é não usar.-- Rebatia o comentário dela com a voz rouca. --Você é uma levent e eu um juban. Você pode voar, já eu... posso correr.-- E então forçando os músculos pegava impulso para correr um trecho do caminho que estavam.
«!» O juban abria uma grande distancia entre eles. Em alguns minutos, percorrera quase toda a trilha visível até a colina. Assim que alcançava o alto do pequeno monte, Rubio tinha a visão que o atordoara. O circo, nada mais do que algumas carroças adaptadas para se tornarem jaulas, estava a frente. A tenda que deveria servir para receber o público, deteriorada. Parecia mais uma cidade fantasma do que algo que um dia serviu de entretenimento. Há quanto tempo mesmo a torteira disse que haviam abandonado o circo?

<Nina> Ainda desacostumada, tentava voar atrás dele. Caraca, como ele corre... Ela suspirava, enquanto voava atrás dele, o mais rápido que suas asas desacostumadas permitiam.

«!» A levent tentava alcançar o juban, ainda um tanto sem jeito. Apesar de parecer menos cansativo que andar, a pequena não consegue ainda uma boa velocidade em voo, mas aos poucos parece estabilizar mais.

<Nina> Nina suspirava, apesar de estar mais estável não ganhava velocidade. Tá. Pelo menos ela ainda não se enroscou em nenhuma árvore, o que faria ela ficar ali gritando pra qualquer um que passasse, dada a distância que Rubio tomara dela...

<Rubio> A visão era algo que perturbava. Esperava ver algo como uma grande tenda, assim como um dos boatos falavam. Deveria até ser assim, mas agora era um monte de sucata largada. Procurava então, de longe, ver alguma presença, alguma jaula que parecesse ter alguém dentro. Enquanto isso, esperava pela garota que ia forçando as asas ia chegando. --Desculpe deixá-la para trás, só quis demonstrar que assim como você pode voar, eu tenho alguma habilidade que me diferencia dos outros. Bem, parece que não teremos resultado algum aqui fora você estar conseguindo voar.-- Dizia em tom decepcionado e um tanto enfurecido por terem ido até ali em vão. --Deveríamos ter seguido o caminho para chegar no seu objetivo.

«!» Ahogr parece querer acalmar o coração do juban. Ele consegue ouvir, ainda que muito baixo e debilitado, o que parece um rugido, e logo depois, uma espécie de mantra. Poderia ser sua imaginação, poderia ser apenas o vento que passava mais forte por ali, mas só o juban poderia realmente definir.

<Rubio> --Você fez algum barulho, Nina ? Falou algo ou minha imaginação fez ouvir alguma coisa. Antes que ela pudesse responder, tentava ouvir o barulho mais uma vez, para ter certeza de que estava ou não imaginando coisas. --Ahogr, se for você tentando me enganar, melhor parar.

<Nina> Nina balançou a cabeça em negação. Confusa. E decidiu ficar quieta. Ele devia ser bem mais atento que ela. Então ela desceu do lado dele.

«!» Assim que Nina pousava decentemente ao lado de Rubio, o rugido podia ser percebido, agora um pouco mais alto, e com várias falhas, como se faltasse o ar de quem emitia tal som. Nina também podia ouvir, e o mantra, Nina reconhecia como uma oração. A direção era fácil de perceber, uma vez que o vento vinha dos restos do circo em direção a eles.

<Nina> - ...É uma oração...
<Nina> Nina falou, baixinho, quando finalmente desceu.

<Rubio> --Oração ? Não entendo o que dizem, mas o rugido é bem óbvio. Tome cuidado e fique próxima à mim, sempre atrás.-- Falava e começava a caminhar, procurando quem emitia o rugido.

<Nina> Nina balançou a cabeça em afirmação, enquanto viu Rubio pedir pra ela ficar afastada. Era óbvio que ficaria. Ela não teria coragem de ficar a frente...

«!» Conforme iam se aproximando as jaulas, o cheiro de carniça entrava pelas narinas. Nina ficava nitidamente enjoada, e então se aproximava o máximo que podia de Rubio. As jaulas possuíam os corpos inanimados de seres estranhos. Em uma, era possível notar uma faen de duas cabeças. Em outra, parecia um orc com quatro braços. Aquilo parecia um pesadelo, ou a descrição do que alguns chamam de inferno. Em meio a tudo isso, um novo rugido, quase um ganido, também seguido pelas mesmas orações. 

<Rubio> --Evite ficar olhando para estas coisas e tape o nariz. Use sua roupa para respirar e mantenha-se perto. Vamos. Dizia em tom preocupado mas ansioso em encontrar quem estava rugindo e o que era aquele 'mantra'.

<Nina> Nina balançou a cabeça. Estava com ânsias de vômito. Céus, o que estava havendo?? Que... coisa horrenda... Quem em sã consciência conseguiria gostar disso...??

«!» O mantra parecia o mais próximo, e com algum esforço, logo, podia-se ouvir o murmúrio da oração. Vinha de uma das jaulas. Assim que se aproximavam dela, era possível ver o que se assemelhava mais a um esqueleto do que a um ser humano, tão debilitado estava. Apenas a parte superior de seu corpo era visível de onde estavam, e ele não parecia ter forças para se virar.

<Rubio> Com uma das mãos, desprendia o machado das costas para usar seu cabo como bastão e então o batia contra a jaula, à fim de chamar a atenção de quem quer que fosse ali dentro. --Ei, você!

<Nina> Nina estava realmente assustada com aquilo. Se manteve próxima do leão, enquanto ela suspirava, sem olhar pra nada. Até fechava os olhos, enquanto o estômago dela reclamava, e dava-lhe ânsias.

«!» A voz vinda dali era pouco mais que um gemido. Ambos não conseguiam entender o que dizia. A criatura, com grande esforço, ergue o braço e aponta para a porta. Na lateral da jaula.

<Rubio> Com um aceno de cabeça, indicava a Nina que eu iria tentar abrir a porta indicada. O machado agora era empunhado como em combate, um meio de prevenção contra algo que pudesse vir de surpresa. Ao chegar na porta, começava a forçar sua abertura.

<Nina> Nina se afastou um pouco, encolhida de medo, dando dois passos pra trás, ainda tentando controlar a ânsia de vômito.

«!» Os dias de mal tempo e má conservação facilitavam o trabalho do juban. O cadeado, que antes evitava a fuga da criatura, agora praticamente esfarelava-se com a força que Rubio exercia. O ranger alto da porta era acompanhado por um novo Rugido. Dessa vez, forte, sonoro e próximo. Para Rubio, parecera estranhamente familiar, parecia uma palavra em sua língua materna, ou ao menos um de seus dialetos.

<Rubio> "Isto parece ser Jubânico, mas desde que saí de Wildya que não escuto isso." Aquilo era estranho, ouvir depois de tanto tempo algo aparentemente no idioma da minha raça, sendo assim, teria de tentar comunicar-me usando ela. --Você me entende ?

«!» A criatura apenas repetia uma palavra, mas não era compreendida por Rubio. Assim que se aproximava um pouco, Rubio notava que a parte inferior do corpo da criatura permanecia dentro de um tanque de água pequeno demais para caber o corpo todo, permanecendo apenas a parte que realmente necessitava de água. Rubio conhecia lendas de criaturas assim, chamadas sereias, tritãos, Grotons, em cada região, recebiam um nome, mas aquele, não tinha mais a beleza e o encantamento que as lendas contavam. O último sopro de vida daquele ser é dado, e os olhos perdem o brilho da vida. Arthyuz demorara demais para fazer seu trabalho ali. Logo Rubio ouvia de novo o som, que não parecia muito longe dali, em outra jaula, certamente.

<Rubio> --Chegamos tarde, Nina. Este aqui se foi.-- E então saia da jaula, recolocando a porta no lugar e chamando-a para perto de si com um sinal de mão. --Continuaremos procurando por alguém que possamos ajudar. Ainda devem haver sobreviventes aqui.

<Nina> Nina parecia destruída emocionalmente ali. Céus. Ela não podia mais ver isso. Coitado. Ou coitada, não conseguia mais identificar nem se era mulher ou homem...  Ela baixou a cabeça. Horrivelmente com medo. Céus, o que estava havendo ali??

«!» Alguns passos, mais jaulas com corpos inertes. Algumas estavam vazias, e ambos não sabiam se isso era bom ou ruim. Alguns minutos nessa agonia e um novo rugido era ouvido. Bem próximo, porém muito fraco.  - BiRRGRRUÍMrrr...! - e em seguida, o som de algo batendo forte contra a madeira.

<Nina> Nina estava realmente em choque ali. De verdade. Ela se assustou com o barulhão, o rugido, e o impacto. Ela se encolheu atrás do gigantesco leão, enquanto deixou-o avançar. 

<Rubio> --Está bem ?-- A preocupação com a pequena era clara. Ali parecia ser um lugar bem hostil e estranho para ela estar. --Parece que estamos perto, mas seja lá quem for, não deve ser amistoso.

<Nina> - ...N-não...
<Nina> Ela apenas respondeu à pergunta. Estava em pânico demais pra tentar mentir, então ela tentava ficar o máximo possível próxima dele, querendo a proteção do Leão. Ela ainda tentava controlar o estômago pra não tentar vomitar...

<Rubio> --Quer voltar para a cidade ? Precisa do templo ?-- A resposta da garota me preocupava ainda mais. Estar perto de um resultado era bom, mas não queria que fosse às custas do sofrer de uma garota.

«!» A pequena não tinha tempo para responder. O conteúdo do seu estômago ia ao chão. Mas, ao mesmo tempo que isso parecia ruim, logo ela se sentia menos enjoada.

<Nina> O cheiro fez ela por tudo pra fora. Ela até chorava um pouco, por causa da situação que todos aqueles pobres estavam passando. Ela realmente não era capaz de suportar um castigo desses.

<Rubio> --Seja forte pequena. Você consegue. Agora pouco conseguiu voar com sua força de vontade, então aguenta isso. Logo estaremos fora daqui, comendo tortas de amora com a mulher da barraca e vai se sentir melhor.-- Tentava amparar a garota, atento ao rugido e outros barulhos.

«!» Agora não havia mais barulhos. Tudo era silêncio, além da respiração deles, e dos soluços tristes de Nina. Observando em volta, Rubio via uma placa, ou antes um entalhe, em uma jaula a frente; um leão era representado ali.

<Nina> Nina não parava de chorar, e de sentir enjoos, pelo menos não agora. Ela suspirava enquanto via que ele tentava dar um tipo de apoio. Ela colocava as duas mãos no estômago, enquanto ela pedia com uma voz miudinha.
<Nina> - ...U-um pouquinho de água..

<Rubio> --Tome.-- Dizia oferecendo o odre que havia recebido da mulher torteira e vinha amarrado à cintura. --Parece que achamos a jaula da tal fera.

<Nina> Nina tomou a água daquele cantil, pra tirar o gosto de vômito da boca. Ela tomou um pouco, e virou-se pra ele, ainda de joelhos no chão.
<Nina> - ...S-sério...?

<Rubio> --Sim. Mas agora a questão é se ele está dentro dela. E se estiver, se está vivo ou... morto.

<Nina> - ...
<Nina> Nina parecia ainda estar chorando. E perguntou numa voz miudinha.
<Nina> - ...P-porque fazem esse tipo de coisa...??

<Rubio> --Não sei pequena. Realmente não sei. Mas dizem que era um meio de diversão... vendo outros sofrerem.

<Nina> - ...N-não dá pra entender...
<Nina> Nina parecia perplexa. Como podia haver tamanha crueldade com pessoas? Sério. Ela estava horrorizada com aquilo, e certamente teria pesadelos terríveis só com aquilo. Ela então esperava que Rubio abrisse aquela cela.

<Rubio> Ao perceber que Nina aguardava que eu fosse até a jaula, seguia até a mesma, tentando olhar dentro dela em busca de seu 'dono' e então forçava a porta tentando abri-la.

«!» Não era difícil notar a figura inerte no chão. A jaula era pequena para o tamanho do juban, mesmo este sendo muito menor que Rubio, aparentemente. Uma fina bica d'água podia ser notada correndo por uma das paredes. A porta encontrava-se em igual estado com a da jaula que Rubio abrira a pouco. Não havia movimento, não havia mais som. Esta era a ultima jaula que faltava ser investigada. A última esperança que aquela interrupção do caminho fosse uma boa ideia.

<Rubio> Tomando cuidado, começava a aproximar-me da figura ao chão. Entre passo e outro, olhava para Nina para ver como ela estava, até chegar próximo o suficiente do alvo e cutucá-lo com o cabo do machado.

<Nina> Nina observava aquilo com um pouco de medo. Ela mantinha-se um pouco distante, agora com o estômago levemente mais calmo. Ela suspirava, tentava tomar mais um gole de água.

«!» Magro, desnutrido, com o pelo molhado não há uma reação intencional do outro, mas é possível notar uma leve movimentação dos olhos, mesmo que fechados, e uma leve careta se formava em seu rosto.

<Rubio> Usava então a língua mãe para tentar falar com ele. --Você. Tem um nome ? Consegue levantar-se ? Consegue me ouvir ? -- Questionava com o dialeto comum da raça, cheio de trejeitos de fala e um 'sotaque' carregado, totalmente diferente de quando falando a língua comum.

<Nina> Nina não compreendeu o que ele falava. Devia ser algo racial deles... Então ela apenas deixou ele conversar. Enquanto deixava-os ter um momento "a sós".

«!» Não havia resposta. O juban ali deitado apenas respirava. Debilmente, mas ainda assim, respirava.

<Rubio> Abaixava-me então para aproximar-me e olhar diretamente no rosto dele. --Se está me ouvindo, dê-me um sinal.

«!» Ele abrira os olhos. Havia um brilho de vida intenso ainda neles. Os lábios gesticulavam, mas não saía som. Erguera uma das garras o suficiente pra demonstrar que ainda vivia, e depois, desmaiara de novo.

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1 comentários:

Daniel Bueno disse... @ 13 de outubro de 2014 às 02:00

Coitado do Juban
Tão desnutrido quanto o blog.
MAS NÃO POR MUITO TEMPO!
Encherei o saco aqui com comentários irrelevantes e o blog estará saudável (como quem vive de dieta de fastfood) em breve :V

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